quinta-feira, 5 de abril de 2018

CPI colhe depoimentos sobre danos ambientais em Barcarena


Bois morreram afogados após naugráfio e carcaças contaninaram praias e poços artesianos de Barcarena (Foto: Guilherme Mendes/TV Liberal)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) para investigar os danos ambientais em Barcarena nos últimos anos, começou a colher depoimentos nesta terça-feira (3). O Ministério Público Federal (MPF) já relacionou 17 acidentes ambientais entre 2000 e 2015. O primeiro a ser ouvido pelos sete deputados foi o subcomandante geral do Corpo de Bombeiros.

Augusto Lima falou sobre o trabalho realizado no porto de vila do conde logo depois do naufrágio do navio Haidar com cinco mil bois vivos, em 2015, no porto de Vila do Conde. A pedido da Comissão, será elaborado um relatório com os principais desastres ambientais registrados na região nos últimos dez anos.

Quando o navio afundou, carcaças dos animais ficaram espalhadas pela praia de Vila do Conde e manchas de óleo contaminaram o rio. A movimentação na praia despencou e os comerciantes sentiram o baque. O local do acidente continua interditado e isso diminuiu as atividades no porto.

A Companhia Docas do Pará estima um prejuízo de R$ 30 milhões. O navio continua no fundo do rio. O custo para retirar a embarcação é de R$ 60 milhões. A CDP diz que não tem dinheiro, mas informou que o Ministério dos Transportes vai abrir uma licitação ainda este mês para selecionar a empresa que deverá fazer o serviço.

A CPI também convocou o pesquisador do Instituto Evandro Chagas, Marcelo de Oliveira Lima e o advogado que representa as Associações de Moradores de Barcarena. A previsão é que durante os 90 dias de CPI, sejam ouvidas quase 100 pessoas.

Contaminação

Foi divulgado na segunda-feira (2) um estudo realizado nos fios de cabelo de 90 moradores de 14 comunidades do polo industrial e da sede de Barcarena, nordeste do Pará. O estudo apontou a presença de pelo menos 20 substâncias tóxicas, sendo três deles cancerígenos como o chumbo, cromo e níquel.

A coleta foi realizada entre 2015 e 2017 por conta de acidentes ambientais causados por indústrias que atuam na região. O Ministério Público Federal (MPF) já relacionou 17 acidentes ambientais entre 2000 e 2015.

"91% da população pesquisada está com níveis de chumbo acima de 6 microgramas por grama, que é o nível médio encontrado em uma população não exposta, como Altamira", informou apesquisadora doutora Simone Pereira, do departamento de química da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Fonte: G1-PA

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