Desde o início da manhã desta quinta-feira (14), moradores de diversas comunidades interditaram a rodovia da integração PA-481, em próximo ao posto Caeté e também o trecho conhecido como "Trevo do Peteca", bloqueando assim a entrada e saída de Barcarena, nordeste paraense. Eles protestam contra as bacias de rejeito químico da Hydro e paralisaram todas as vias de acesso à cidade.
Segundo um morador, a cidade está "só poluição e desemprego", o que contraria as propagandas da empresa Hydro, que destacam avanços econômicos e sociais. O cenário idílico apresentado pela Hydro está longe de existir de fato, principalmente para algumas comunidades que ficam próximas às plantas industriais da Alunorte e Albrás, de propriedade da empresa norueguesa.
Os moradores reivindicam a apresentação de um plano de melhorias ambientais pela empresa e também aguardam a decisão da justiça após uma liminar que pede a paralisação das ações da Hydro na cidade. Eles devem seguir no protesto por tempo indeterminado.
Os manifestantes prometem fazer diversos protestos todos os dias contra a Hydro. A manifestação é pacífica. Foto: Via WhatsApp
"A Hydro devastou uma área correspondente a cerca de 2500 campos de futebol, removendo solo, desmatando, tudo para fazer as bacias de rejeitos, causando poluição", explicou o advogado Ismael Moraes, autor da liminar. De acordo com ele, são cerca de 60 comunidades atingidas pela irresponsabilidade da empresa.
Um dos principais problemas que vêm sendo denunciados por moradores é que mais de vinte bacias teriam sido construídas na área para receberem rejeitos químicos, o que estaria causando problemas ambientais. Mais que isso: elas nem deveriam ter sido autorizadas.
Até mesmo o show da banda norueguesa A-ha promovido pela Hydro foi lembrado nas críticas à empresa norueguesa. Foto: Via WhatsApp
A polêmica sobre o caso foi tema de uma sessão especial realizada na manhã da última terça-feira (12), na Câmara dos Vereadores de Barcarena. Na discussão dos vereadores, foi comentada a hipótese de que tenha ocorrido uma liberação não autorizada por parte da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) para o funcionamento das ações.
Por parte da prefeitura, no entanto, nenhum alvará foi concedido, o que levantou suspeitas sobre irregularidades na condução das autorizações por parte da empresa.
Em nota, a Hydro informa que respeita a livre manifestação e está sempre aberta ao diálogo. "A companhia acredita que o pensamento exposto por esses grupos não representa a totalidade da população de Barcarena, da qual participamos e onde temos relevante contribuição econômica e social. Adotamos práticas empresariais socialmente responsáveis. Isso significa que fazemos negócios, mas sempre com o respeito pela comunidade e pelo ambiente onde estamos inseridos".
A Hydro declara reconhecer que uma operação industrial tem impactos, mas que a empresa "estabelece padrões rígidos de controle, monitoramento e prevenção para garantir uma operação sustentável, respeitando as comunidades. A companhia preserva, por liberalidade, uma grande quantidade de terra que é mantida pela empresa como um cinturão verde entre suas operações e a comunidade. Todas as propriedades da Hydro estão dentro da Zona Industrial de Barcarena, de acordo com o Plano Diretor Municipal, desenvolvido com ampla participação das autoridades e da sociedade civil, nos anos 2006 e 2016".
(Com informações de Joni Vieira)
Fonte: http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-472843-populacao-protesta-contra-danos-causados-pela-hydro-e-interdita-acesso-a-barcarena.html
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