quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Estado e delegação chinesa discutem parcerias em inovação e comércio

“Na Amazônia, região que já povoou o imaginário de mitos, sendo até chamada de inferno verde, há um povo acolhedor e determinado, que está de braços abertos para construir parcerias econômicas e culturais estratégicas”. Com essas palavras, dirigidas à delegação chinesa que visitou nesta quarta-feira (14) o gabinete do governador, Simão Jatene resumiu o espírito do encontro que ocorreu entre o governo do Estado e a comitiva chinesa da Associação Internacional das Cidades Irmãs (Cifca), que desde segunda (12) visita Belém e Barcarena para avaliar potenciais comerciais e turísticos dos municípios e também possibilidades de investimento nas áreas de ciência, tecnologia e inovação no Pará.
Participaram ainda da reunião o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e os secretários Alex Bolonha Fiúza de Melo, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), e Eduardo Leão, adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará (Sedeme). Também fizeram parte do encontro Ana Cláudia Hage, titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e a deputada estadual Ana Cunha, que preside a União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), entidade que ajudou a formalizar o convite da delegação chinesa para visitas à Amazônia.
A vinda da comitiva chinesa da Associação Internacional das Cidades Irmãs é um desdobramento da Conferência Internacional das Cidades Irmãs da China, que ocorreu em 10 de novembro, em Chongqing (China). A agenda chinesa tem como foco o estabelecimento de parcerias, convênios e intercâmbios para desenvolvimento científico e tecnológico. Esta quarta, a comitiva visitou o Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT Guamá). A Cifca é uma organização nacional da República Popular da China cuja missão é fortalecer relações de amizade entre cidades e governos da China e de outros países. A visita ao Pará se encerra nesta quinta (15).
Potencialidades – A reunião do Governo do Pará com a comitiva chinesa começou com apresentações especiais referentes aos potenciais econômicos de Belém e do Pará: elas reforçaram os atrativos de parcerias comerciais e em inovação e ressaltaram aspectos e vantagens dos investimentos no Estado – como o fato de o Pará ser hoje o mais bem avaliado Estado brasileiro em ranking de riscos de investimentos no país.
Em 2017 o Pará se firmará mais uma vez como o maior produtor da cadeia mineral brasileira, e já é o maior produtor de óleo de palma, com grande potencial de exploração da cadeia de oleaginosas e também para investimentos em inovação em várias outras cadeias produtivas ligadas a esforços de conhecimento em biogenética e recursos florestais, tanto para a indústria de energia como para a dos cosméticos e medicamentos, entre outras. Essa é hoje uma das frentes da atuação do PCT Guamá.
“Nossos números não se comparam com os da China, mas temos muitas complementaridades, e nossas relações comerciais já mostram isso. Vemos essa como mais uma possibilidade de estreitarmos laços e aproximarmos nossos povos”, destacou no encontro Simão Jatene. “Independentemente das nossas diferenças culturais, o mundo global impõe ao Pará esse desafio de aproximação, como já ocorre no setor mineral e de agronegócios”.
Jatene destacou que o Pará ainda tem grandes desafios para avançar em vários setores produtivos, e que por isso mesmo precisa apostar em parcerias. “Que cada vez mais janelas sejam abertas e que nos conheçamos cada vez mais, trocando informações, para que nos valorizemos e possamos construir oportunidades de negócios”, disse o governador ao chefe da delegação chinesa, Qing Boming, secretário geral da Cifca. “É de nosso total interesse a construção dessas parcerias estratégicas, que possam contribuir para o desenvolvimento não apenas do Brasil, mas sobretudo para a qualidade de vida de nossa população”, ressaltou Jatene.
“Nossa impressão do Pará é de um local de oportunidades, em economia e investimentos, mas também para fortalecer amizades entre nossos dois países”, declarou na reunião o chefe da delegação chinesa, Qing Boming, em resposta ao governador, citando os vários acordos comerciais já firmados entre a China e o Pará.
Preservação – O secretário geral da Cifca já havia declarado anteriormente que há um grande interesse pelo Pará por causa da transparência do governo do Estado e pelas potencialidades do mercado regional, além da riqueza da região. Segundo Boming, esses três fatores de confiança despertaram o desejo de conhecer a realidade local para avaliar parcerias para o desenvolvimento da Amazônia.
“Investir aqui é investir no mundo”, ponderou Boming. “Os olhos do mundo estão voltados para cá. Precisamos concentrar esforços para preservar a Amazônia. É um ecossistema fabuloso. Conhecimento, ciência e tecnologia podem contribuir muito”.
“O desafio está posto. E para o nosso Estado, há grandes possibilidades com o estreitamento de laços nas áreas de educação e tecnologia, uma vez que nosso maior desafio hoje é agregar cada vez maior valor às cadeias produtivas, aos nossos recursos e riquezas. Isso é um passo estratégico para a inserção econômica do Pará no globo”, ressaltou Simão Jatene na reunião.
“Essa é uma feliz iniciativa e é muito bem-vinda essa visita. A nossa cidade os acolhe de braços abertos, para que possamos fortalecer nossas relações comerciais e na área de desenvolvimento e ciência”, declarou no encontro o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho.
Na terça-feira (13), a comitiva de quatro integrantes, chefiada por Qing Boming, secretário geral da Cifca, visitou cartões-postais de Belém, incluindo o Polo Joalheiro, o Complexo Feliz Lusitânia e o Theatro da Paz. O grupo também foi a Barcarena. Na segunda (12), a comitiva sobrevoou áreas de preservação ambiental do Parque do Utinga, que tem obras sendo concluídas e que será reaberto ao público em 2017, com nova estrutura para vistantes.
No Pará, a comitiva também conheceu a sede do Instituto Confúcio, centro de estudos da língua chinesa estabelecido em parceria entre instituição de ensino superior da China e a Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Por Lázaro Magalhães
Fonte: AgenciaPara

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