O sorriso no rosto da pequena Valéria Vitória, 12, refletia o sentimento compartilhado por outras tantas pessoas da comunidade ribeirinha de Santo Antônio, na ilha do Capim, a 30 minutos de barco de Abaetetuba. Os moradores da vila tiveram a rotina, sempre muito tranquila, agitada pela presença dos voluntários do projeto Natal D’Água, que fizeram a distribuição de 400 cestas-básicas e 500 brinquedos na manhã deste sábado (17).
Na ilha vivem quatro comunidades que, juntas, somam em torno de 900 pessoas. Além da distribuição de brinquedos, as crianças da comunidade participaram de diversas atividades lúdicas.
Com a tão desejada boneca na mão, Valéria não escondia a satisfação com o presente. “Eu espero o ano inteiro pelo Natal D’Água porque é quando a gente se reúne aqui pra brincar, pra mostrar pros colegas o que ganhou. Amo o Natal por causa disso”, contou a menina, abraçada ao brinquedo.
A família de Jéssica Silva, 21, foi outra contemplada com a ação social. “Esse projeto ajuda sim, principalmente nesse momento tão difícil que estamos vivendo. Meus dois filhos ficam ansiosos porque adoram receber o Papai Noel. E se eles ficam felizes, eu fico feliz também”, declarou.
O Natal D’Água é organizado pelo Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC) em parceria com a Associação Rede Solidária Pará, que tem a primeira-dama, Ana Jatene, como presidente de honra, e é apoiado por empresas do terceiro setor.
A edição deste ano, levada ao município de Abaetetuba, foi lançada na noite desta sexta-feira (16) com um espetáculo aberto na praça da igreja de Santo Antônio. O concerto contou com a participação de dois corais - um formado por crianças da cidade, acompanhadas por uma banda e pelos solistas Patrícia Oliveira, Murilo Guerra, Gisele Griz e Mayara Cavalcante, que se destacou na última edição do programa The Voice Kids.
A soprano e organizadora do espetáculo, Patrícia Oliveira, define o Natal D’Água como um momento de amor, solidariedade e aprendizado. “Saber que colaboramos para um Natal digno dessas famílias é gratificante. Por meio dessa iniciativa, que congrega o esforço de três setores da sociedade, essas famílias podem viver esse momento mágico que é o Natal. O ideal é que todas as pessoas no mundo, especialmente as mais desassistidas, pudessem ter um Natal justo”, definiu.
“Esse projeto é importantíssimo para a nossa cidade. É no Natal D’Água que compartilhamos os valores humanos que Jesus Cristo nos ensinou, alcançando aquelas que mais precisam,como é o caso das comunidades ribeirinhas. Apreciamos isso e esperamos que o Natal dessas famílias seja de paz e esperança em dias melhores”, disse Pedro Santos, enquanto assistia com a família o quarteto de solistas encantarem o público.
Quando o Natal D’Água foi criado, atendia apenas os ribeirinhos das ilhas do entorno de Belém. O projeto cresceu e passou a beneficiar famílias em vários municípios do Pará. Hoje o programa é referência em abrangência e credibilidade, como ressaltou a diretora do NAC, Danielle Kayat. “É um momento em que a gente vê a participação efetiva de todos e a vontade de colaborar com todos aqueles que estão do nosso lado, mas que não conseguimos ‘tocar’. Ao longo do ano a gente veste a camisa e não mede esforços para garantir a continuidade desse projeto, que é tão importante para as famílias atendidas e para todos nós que trabalhamos no projeto”.
O Núcleo de Articulação e Cidadania é responsável por mobilizar parceiros para a doação de brinquedos e cestas básicas, além de sistematizar as organizações da sociedade civil e as comunidades cadastradas no NAC para recebê-los. A dinâmica operacional inicia com o recebimento de solicitações, via ofício, das organizações que, depois de cadastradas, recebem a visita técnica para que possamos identificar a efetividade da sua atuação junto à população”, explicou.
Por Sérgio Moraes
Fonte: AGENCIAPARÁ
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