terça-feira, 18 de abril de 2017

Impactados por naufrágio de bois em Barcarena lutam por indenizações

Moradores de Barcarena e Abaetetuba impactados com o naufrágio do navio Haidar dizem que vão esperar até o dia 28 deste mês por respostas concretas das autoridades sobre a indenização dos prejuízos provocados pelo acidente. Em outubro de 2015, a embarcação afundou no porto de Vila do Conde, administrado pela Companhia Docas do Pará (CDP), em Barcarena, causando um desastre ambiental sem precedentes naquela região. “Se até o dia 28 não tivermos respostas concretas, e uma data que atenda às nossas reinvindicações, no dia 29 nos reuniremos para acertar uma grande mobilização dos impactados em busca de providências”, promteeu, ontem, Paulo Feitosa, líder do Instituto Barcarena Socioambiental. Os moradores podem interditar o acesso ao porto da CDP, em Vila do Conde.
Eles querem o pagamento das indenizações, implantação de microssistemas de abastecimento de água própria para o consumo humano e projetos para a agricultura familiar destinado aos pescadores e barraqueiros que vivem do turismo nas praias, além da distribuição de 12 mil cestas básicas. No dia 6 deste mês, os moradores fizeram um ato público em frente ao porto da Companhia Docas do Pará (CDP), em Vila do Conde, em Barcarena. A manifestação, pacífica, reuniu aproximadamente 60 pessoas e marcou um ano e seis meses do naufrágio do navio Haidar. “As pessoas impactadas estão passando por muitas dificuldades financeiras e até mesmo de segurança alimentar. Têm dificuldades para pegar o camarão e o peixe para a sua própria alimentação. Um ano e seis meses depois do acidente, nenhuma providência concreta foi tomada pelas autoridades públicas, de justiça e políticas”, denuncia Paulo Feitosa.
Sem peixe e o camarão, a alternativa de alimentação é o açaí, que é a principal produção daquela região. “Mas estamos na entressafra do açaí. Agora, o cara não tem nem pra beber. Como diz o caboclo, não tem nem o do ‘bebe’. Deus dá providência para cada um sobreviver de acordo com a amargura que está passando. E eles estão vivendo pela misericórdia. Até agora, só conversas e promessas. Nada de concreto chegou dentro da comunidade”, acrescentou. 
Paulo Feitosa completou: “Cestas básicas foram prometidas. A indenização, um valor emergencial, que iam passar para a comunidade, também não chegou. É uma lentidão tão grande da Justiça para agir em um caso desses, sabendo que as famílias estão passando por todas essas dificuldades. As empresas que praticaram o acidente já resolveram o problema delas. Elas continuam exportando normalmente (pelo porto onde houve o naufrágio) como se nada tivesse acontecido. Mas o caso da comunidade continua empacado. Consideramos que o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Estado, a Defensoria Pública do Estado e Defensoria Pública da União não estão dando a atenção merecida para essa população, assim como as autoridades políticas do Estado. Esse é um dos maiores desastres do mundo nessa natureza, e até hoje o governo não disse uma palavra sobre esse acidente”.
Fonte: ORM

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