sábado, 15 de outubro de 2016

Barcarena: o alvo

Finalmente, o governo do Estado vai assinar acordo com os dois ministérios públicos – o federal e o estadual, se comprometendo a realizar licenciamento e monitoramento ambiental do distrito industrial de Barcarena.
A assinatura do termo de compromisso será na segunda-feira, 17, em Belém. O Estado será representado pela Procuradoria Geral, a Companhia de Desenvolvimento Econômico e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
O objetivo, segundo nota expedida pelo MPF, é “licenciar e monitorar o distrito por meio de metodologias que levem em consideração os impactos socioambientais resultantes da atividade isolada de cada empreendimento industrial e também os resultantes da soma e da interação das atividades das indústrias”.
O acordo entre o Estado e o MP leva em consideração que os empreendimentos do distrito industrial vêm causando grandes impactos ambientais no município de Barcarena. Esses impactos “atingem a sociedade civil que ali vive, acarretando grandes mudanças em suas culturas, modos de vivência pessoal, relação com a natureza e tantos outras modificações não quantificáveis”, diz trecho do termo de compromisso.
“O modelo atualmente adotado para o monitoramento ambiental vem se mostrando insuficiente, tanto por ser realizado apenas pelas próprias empresas que promovem as atividades monitoradas quanto por se concentrar no acompanhamento da atividade de cada planta isoladamente, sem considerar a sinergia e a integração dos impactos”, destaca outro trecho.
Uma grande vitória, mas incompleta. A adoção do licenciamento ambiental, individual, combinado e em conjunto, deveria ter sido precedido por um plano diretor do principal (quase único, como conjunto) distrito industrial do Pará, já com elevada concentração de empreendimentos.
Vários deles envolvem maior grau de risco, como a alumina, o alumínio e o caulim, não só para o meio ambiente. Cristalizam uma forma primária de aproveitamento dos recursos naturais do Estado, especialmente de minérios. Nenhuma indução do maior beneficiamento há da parte do governo.
O plano diretor devia fazer um balanço rigoroso dos processos produtivos instalados em Barcarena, a apenas 50 quilômetros de Belém, em atividade há mais de 30 anos. Para bem cumprir a missão, o governo devia elaborar um termo de referência com o qual lançaria um edital internacional para a contratação de um trabalho de consultoria, a ser acompanhado obrigatoriamente pelas três universidades públicas com seus campi em Belém.
Os ministérios públicos não poderiam acrescentar essa iniciativa, mesmo que tardia?


fonte: https://lucioflaviopinto.wordpress.com/2016/10/14/barcarena-o-alvo/

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