sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Reunião avalia impactos em áreas afetadas por naufrágio em Barcarena


Carcaças de bois se espalharam pelas praias da região após o naufrágio do navio Haidar no porto de Vila do Conde, em Barcarena. O naufrágio completou um ano no último dia 6 de outubro. (Foto: Fabio Jose Lucena Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo)


Os impactos ambientais e sociais do naufrágio do navio Haidar em Barcarena, no nordeste do Pará, foram discutidos durante uma reunião realizada na quinta-feira (27) no auditório da Promotoria da Infância do Ministério Público do Pará (MPPA), em Belém. No último dia 6 de outubro o naufrágio completou um ano e, segundo o Ministério Público Federal (MPF), as negociações com as empresas envolvidas no acidente continuam em andamento, assim como as ações judiciais.

O navio Haidar, que estava a caminho da Venezuela, naufragou no Porto de Vila do Conde com quase 700 toneladas de óleo e cerca de cinco mil bois vivos. Após o incidente, as carcaças de animais e resíduos de óleo se espalharam por rios e praias da região. Três praias de Vila do Conde, o píer onde ocorreu o naufrágio e a praia de Beja, em Abaetetuba, foram interditados e proibidos para qualquer tipo de atividade.
A reunião desta quinta foi coordenada pelo procurador da República, Bruno Araújo Soares Valente, e pelo promotor de Justiça de Barcarena, Laercio Guilhermino de Abreu, contando com a presença do procurador do Estado, Rogério Friza, técnicos do Ministério Público e da Witt O'Brien's Brasil, que modelaram os dados fornecidos pelos órgãos públicos da área ambiental, portuária e da ação social dos municípios de Barcarena, Abaetetuba e do Estado do Pará.
"Nesse primeiro momento estabelecemos identificar a área atingida pelo impacto. Num segundo momento vamos procurar estabelecer o quantitativo de pessoas atingidas e quem são essas pessoas", disse o procurador da República Bruno Valente. Esta foi a terceira reunião sobre o tema realizada no MPPA.
O promotor Laercio Abreu ressaltou a importância da colheita de dados. "Foi uma reunião técnica para colher os subsídios técnicos e a partir daí ter elementos para tomadas de decisões em relação a propostas das empresas com relação aos danos sociais, coletivos", disse Abreu.
Segundo o promotor, os moradores das comunidades afetadas decidiram durante a primeira audiência realizada que não desejam a construção de hospitais ou outras obras, pois querem receber compensações em dinheiro. O promotor ressaltou ainda a importância da colheita de informações sobre as comunidades atingidas para que estas sejam beneficiadas pelo rateio dos valores.
"Os estudos vão subsidiar as tomadas de decisão, para que possamos ter um gradiente, linguagem técnica, uma modulagem sobre quais são as pessoas e comunidades mais diretamente atingidas, para que na hora de se fazer um rateio desse valores, sejam disponibilizados para essas pessoas ou para essa comunidade mais diretamente atingidas", garante Abreu.
Durante a reunião, foi definido que haverá uma reunião em Barcarena para apresentar os dados às lideranças locais na próxima segunda-feira (31). No dia 17 de novembro, haverá a próxima rodada de reunião para identificar ou mensurar a quantidade de famílias impactadas. Esta reunião exigirá a mobilização de dados da área de saúde, fornecimento de energia, IBGE, entre outros, de acordo com o Procurador da República.

Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/10/reuniao-avalia-impactos-em-areas-afetadas-por-naufragio-em-barcarena.html

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